Houve uma proliferação, sem igual, de igrejas evangélicas no Brasil, em especial, nas camadas mais pobres.
Muitas ao perceberam que a fé possui uma enorme penetração no seio do povo abandonaram suas vocações. Inebriadas pelo poder iniciaram uma corrida em disputa de “crentes” e a única coisa que passou a importar é o número de membros de cada congregação e suas arrecadações.
As poucas que se mantiveram honestas caíram na esparrela de teologias enlatadas do norte que preocupam-se exclusivamente com o “transcendental” e deixam, convenientemente, o “temporal” de lado, como sempre esteve. Afinal, uma teologia que reproduz o discurso dos dominantes na colônia é tudo que o império deseja.
Nossas igrejas esqueceram a missão: Apresentar o Cristo e seu Reino.
Jesus tem um amor preferencial, não excludente e não exclusivo para os pobres. A ponto de se fazer pobre. Estes, são felizes, porque o Reino dos céus lhes pertencem (Lc 6, 20).
A missão da igreja se inicia levando em conta questões sociais e sócio-políticas e não apenas espirituais.
O anúncio das boas novas é anunciar uma sociedade humana baseada na libertação dos oprimidos, na verdade, fraternidade, equidade, amor e alegria.
A igreja foi chamada para a edificação desse projeto humano e digno. Tem o dever profético de denunciar toda forma de miséria, corrupção, injustiça e opressão.
A igreja deve proclamar a justiça social, defender e fomentar os direitos fundamentais e inalienáveis da humanidade e não se enxovalhar com poder, acúmulo de bens e dinheiro.
Embora a missão da igreja seja imbuída de cunho espiritual, isso implica na realização no campo material. Não pode reduzir-se ao monismo da transcendentalidade.
A missão da igreja, também é uma missão política! A vocação da igreja muda a forma de domínio, de gestão e de governo do mundo e isso é um ato político.
Se a sua igreja diz que não faz política, ela mente para você! Faz ! E talvez não seja a política do Reino!
“não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta!”